A gestão empresarial tem como princípios básicos incentivar a participação dos colaboradores, oferecendo-lhes autonomia e demandando responsabilidade. Seu foco está no gerenciamento, buscando atingir os objetivos planejados da organização. Em um mercado dinâmico, é essencial que os líderes se dediquem a prevenir e a corrigir os erros de gestão, atuando pela sustentabilidade de suas operações.
Confira a seguir cinco erros na gestão empresarial do varejo que se deve evitar em uma organização, compilados pelo site Micro Universo.
- Ignorar as tendências e as preferências de consumo
As mudanças promovidas pelo mundo digital atingiram o consumidor de forma irreversível. A hiperconectividade alterou a dinâmica do mercado, especialmente durante a pandemia, e influenciou fortemente o novo perfil do consumidor.
Atualmente, é comum que o indivíduo busque informações complementares em diversas fontes de dados, como uma forma de validar e de fortalecer sua decisão. Ele passou a ter acesso facilitado às tendências e às opções disponíveis, podendo conferir todos os detalhes em poucos cliques. Com isso, as empresas devem entender essa nova demanda e, a partir dela, construir estratégias para atrair e fidelizar o público.
Para isso, o gestor deve lançar mão de uma série de mecanismos e ferramentas. Externamente, dá para pesquisar o perfil e avaliar as capacidades financeiras de cada grupo. Internamente, os líderes podem reunir dados sobre sazonalidade e preferências de pagamento.
Esse conhecimento gera uma vantagem competitiva interessante. Se a empresa percebeu, por meio de análises e relatórios, que seu cliente prefere parcelar em 10 vezes e usar dois cartões diferentes na compra é o momento de oferecer e de divulgar essa flexibilidade de pagamento. Afinal, deve-se ter em mente que as empresas mais competitivas são geralmente as que mergulham fundo no universo de seus consumidores.
- Desconhecer a concorrência
Esse tema é um clássico. Teóricos da Administração já se debruçaram ao longo dos anos sobre os problemas que uma empresa pode ter por ignorar a concorrência. Já faz algumas décadas que as fronteiras físicas do mercado ruíram por completo. Atualmente, é bem comum que um produto atravesse continentes e oceanos para aportar na residência do cliente.
Ao passo que facilitou a vida dos consumidores, a nova realidade acirrou ainda mais a concorrência entre as empresas. Elas passaram a ter competidores para além das fronteiras. Enfrentar essa questão exige atenção das organizações no conhecimento dos seus concorrentes.
O benchmarking é uma das ferramentas que permite esse tipo monitoramento. A partir da coleta sistemática de informações, é possível identificar as melhores práticas corporativas, entendendo como os diferenciais são construídos, nutridos e divulgados ao público de interesse.
Deve-se analisar, por exemplo, o portfólio disponível na loja. Se entre os concorrentes o investimento em marcas novas está crescendo, vale ficar atento: seria o surgimento de uma nova demanda que a sua empresa ainda não atende?
Da mesma forma, se durante o benchmarking concluir-se que as promoções das demais lojas têm sido mais agressivas que o normal, é o momento de acender o alerta e pensar em uma ação consistente de propaganda.
Quando o gestor desconhece os rumos da concorrência, ignorando a evolução da gestão, a empresa corre sérios riscos de se tornar ineficiente e obsoleta.
- Errar na escolha de fornecedores
No varejo as regras são claras: quando decide ir à loja, o cliente tem objetivos bem definidos. Em geral, ele deseja conhecer o produto pessoalmente, testá-lo ou, como acontece na maioria das vezes, já está disposto a comprar.
É justamente por isso que a falta da mercadoria, por exemplo, pode ser um tiro no pé. Caso esteja realmente precisando do produto, é bem provável que o consumidor vá procurar em outra loja o item que desejava.
Uma boa relação com fornecedores, portanto, é muito importante para o andamento da operação e para a maximização do lucro. E não apenas porque boas negociações podem aumentar as margens de lucro, mas porque os itens precisam chegar na data combinada.
A escolha de parceiros idôneos e comprometidos é ainda mais valiosa em um cenário de alta competitividade. Por isso é importante ter quem ‘jogue junto’ com sua empresa.
- Manter um fluxo de caixa desatualizado
A área financeira é uma das que demandam mais controle. Entre as rotinas do setor, o fluxo de caixa desponta como um artifício fundamental para facilitar a administração dos recursos e garantir a saúde dos processos. No varejo, é preciso que os gestores contabilizem os resultados operacionais do negócio diariamente.
Não é incomum, entretanto, encontrar empresas que desprezam o valor e o poder do fluxo de caixa. De modo geral, o relatório é preciso em registrar e explicar todas as movimentações financeiras da organização, sejam elas de entrada (pagamentos de clientes) ou de saída (acertos com fornecedores).
A partir dessas informações, é possível tecer previsões e desenhar cenários alternativos para os investimentos. Se houver capital disponível, é possível, por exemplo, expandir o estoque da loja e aumentar os itens de pronta-entrega. Caso as contas estejam quase no vermelho, talvez seja a hora de escoar aquela mercadoria que está depreciando no estoque.
Quando não existem dados, quaisquer decisões que envolvam apelo monetário são frágeis e muito sensíveis ao erro. Por isso, manter o fluxo de caixa atualizado é uma tarefa urgente e indispensável.
- Negligenciar a tecnologia de gestão
De acordo com especialistas ouvidos pelo site Micro Universo, os erros gerenciais apontados nessa lista estão direta ou indiretamente ligados a processos falhos. Quando as operações são basicamente manuais, as chances de erro aumentam, assim como as possibilidades de acumular prejuízos.
Da mesma forma, quando os fluxos não são padronizados e não há automatização de atividades, os custos se tornam cada vez mais altos e o retrabalho é cada vez mais evidente. Nesse cenário, a tecnologia de gestão pode ser uma ferramenta importante para solucionar problemas administrativos da empresa.