Pesquisa revela que executivos buscam mais propósito e compensação variável em meio à estagnação salarial

A remuneração mensal fixa de executivos C-Level no Brasil permaneceu estável pelo segundo ano consecutivo. É o que aponta a mais recente Pesquisa de Remuneração da Page Executive 2025, que ouviu dois mil executivos atuantes em empresas de pequeno, médio e grande portes na América Latina.

A pesquisa constatou que, em 2024, os salários-base desses profissionais se mantiveram inalterados em praticamente todos os cargos e portes de empresa — repetindo o que já havia sido registrado em 2023. Essa estagnação salarial atinge até mesmo os cargos mais altos, como CEOs, CFOs e CTOs. A única exceção observada foi um discreto ajuste no teto salarial do cargo de Chief Commercial Officer (CCO) em empresas com faturamento de até R$ 250 milhões, que passou de R$ 58 mil para R$ 60 mil mensais.

Segundo o diretor executivo da Page Executive, Humberto Wahrhaftig, a estabilidade dos salários reflete a prudência financeira das empresas e também a mudança nas prioridades da liderança executiva, que tem buscado mais propósito, reconhecimento e impacto em suas funções.

Estabilidade com novas exigências

A manutenção dos salários fixos, no entanto, não significa uma estagnação completa das estratégias de remuneração. A pesquisa revela que há espaço para ajustes dentro das próprias faixas salariais, que podem apresentar diferenças de até 60% ou 100% entre o piso e o teto. Isso permite uma certa flexibilidade para ajustes internos, mesmo sem alterar os valores médios reportados.

Um exemplo é o salário de CEOs em empresas com faturamento entre R$ 250 milhões e R$ 500 milhões, que varia entre R$ 50 mil e R$ 80 mil mensais. O valor nominal não necessariamente aumenta, mas a alocação dentro da faixa pode refletir promoções, mudanças de responsabilidade ou desempenho.

O diretor executivo da Page Executive, Paulo Dias, destaca que, embora os patamares salariais tenham sido mantidos, isso se deu de forma estratégica, respeitando a realidade de cada organização. “O ambiente atual impõe cautela nas revisões salariais. O que observamos foi a manutenção dos patamares para a maioria dos executivos, com ganhos acontecendo de forma pontual — mais ligados a contextos específicos de cada empresa do que a uma tendência generalizada de mercado”, afirma.

Turnover cresce entre executivos

Mesmo com avanços em benefícios e ambientes de trabalho mais saudáveis, a ausência de aumentos salariais tem gerado um sentimento de estagnação entre os executivos. A pesquisa mostra que 24% dos líderes no Brasil estão insatisfeitos com seus pacotes de remuneração e benefícios. Essa insatisfação tem reflexo direto no turnover: quase metade dos executivos brasileiros afirma que pretende mudar de cargo nos próximos cinco anos.

Entre os principais motivos da movimentação estão a ausência de evolução na proposta de valor ao executivo, a falta de flexibilidade e a busca por maior propósito e reconhecimento. Em um cenário mais competitivo, as empresas precisam oferecer mais do que remuneração para manter seus talentos.

Remuneração variável ganha destaque

Com a estabilidade dos salários fixos, cresce a importância da remuneração variável como instrumento de atração e retenção. De acordo com a pesquisa, 86% dos executivos recebem algum tipo de bônus, que pode representar até 50% da remuneração total em muitos casos.

Mais do que uma premiação individual, os bônus estão cada vez mais atrelados ao desempenho coletivo e à estratégia organizacional. Em 12% dos casos, metas de sustentabilidade, por exemplo, já fazem parte dos critérios de pagamento variável.

Wahrhaftig destaca que esse movimento é parte de uma reconfiguração da compensação executiva, com foco em crescimento sustentável: “Mais do que um bônus pontual, a compensação variável está cada vez mais atrelada ao desempenho organizacional, e não apenas individual, refletindo uma tendência de foco em crescimento sustentável”.

A expectativa para 2025 é que essa tendência se intensifique. Na América Latina, 62% dos executivos esperam receber mais bônus no próximo ciclo, percentual superior à média global, que é de 52%. A mudança de foco é clara: menos aumentos nominais e mais sofisticação na forma como o desempenho é recompensado.

Muito além do salário fixo

Com o salário fixo perdendo protagonismo, outros fatores têm ganhado peso nas decisões de carreira da alta liderança. Benefícios ligados à saúde, bem-estar, flexibilidade e alinhamento com propósito passaram a ser decisivos na hora de aceitar uma nova posição ou permanecer em uma organização.

Modelos de trabalho híbrido, políticas voltadas à saúde mental e maior autonomia sobre a rotina são exemplos de ‘salário emocional’ que passaram a fazer parte das estratégias de retenção. Para muitos executivos, essas condições são tão importantes quanto o salário nominal.

As organizações mais estratégicas estão sendo seletivas na escolha dos líderes que desejam manter no centro de suas decisões, valorizando perfis com forte capacidade de engajar equipes e conduzir transformações complexas. Isso mostra o tipo de futuro que essas empresas pretendem construir.

O que os administradores devem considerar

Para administradores que atuam em cargos de liderança ou aspiram posições de alto escalão, a principal lição dos dados é clara: a valorização do executivo hoje vai além do salário fixo. Capacidade de gerar valor estratégico, liderar transformações e manter equipes engajadas são qualidades mais determinantes para o sucesso do que as cifras da remuneração mensal.

Aqueles que desejam se manter competitivos devem investir em competências comportamentais, como liderança adaptativa, visão sistêmica e inteligência emocional — atributos cada vez mais procurados em contextos de transformação constante.

Redes Sociais

CONTATOS

Secretaria / Atendimento ao Aluno:
(11) 97216-0740
(Whatsapp ICTQ Resolve)


Email:
faleconosco@ictq.com.br


HORÁRIOS DE ATENDIMENTO

Segunda a quinta-feira: das 08h às 18h
Sexta-feira: das 08h às 17h (Exceto Feriados)

 

Endereço

Escritório Administrativo - Goiás

Rua Rua Barão de Cotegipe, nº 215, 5º Andar, Ed. Caied Tower, Centro, Anápolis/GO
CEP: 75.024-100

Fale conosco

adm de valor e mec
 

Consulte aqui o cadastro da instituição no Sistema e-MEC