A Faculdade ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico acaba de declarar apoio ao Programa FarmaLibras, iniciativa pioneira que promove a acessibilidade linguística e a inclusão de pessoas surdas no cuidado farmacêutico. O suporte da instituição fortalece a difusão nacional do projeto, que já conta com curso, vocabulário bilíngue e aplicativo de apoio ao atendimento com Libras em serviços de saúde.
Idealizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), em parceria com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), o FarmaLibras foi lançado em 2019 e é coordenado pelo professor e assessor da Presidência do CFF, Tarcisio Palhano, e pela professora do Colegiado de Farmácia da Univasf, Deuzilane Nunes.
Desde então, o Programa tem se dedicado a qualificar farmacêuticos e estudantes da área para garantir atendimento humanizado e acessível à comunidade surda. Com foco em acessibilidade, o projeto amplia o vocabulário técnico em Libras, capacita profissionais e desenvolve ferramentas para a aplicação direta nos serviços de saúde.
O que é o FarmaLibras?
O FarmaLibras contempla três produtos principais:
- Curso de Libras para Farmacêuticos, oferecido de forma gratuita e on-line desde 2022;
- Vocabulário Terminográfico Farmacêutico Bilíngue (Português-Libras) – Volume 1, lançado em 30 de maio de 2025;
- Aplicativo Web FarmaLibras, também lançado em maio de 2025, para uso direto por farmacêuticos e pessoas surdas no atendimento.
O App traz frases organizadas em categorias como saudações, uso do medicamento e orientações gerais, com conteúdo em português e Libras, permitindo que ambas as partes participem ativamente da comunicação.
“Esse perfil interprofissional e transcultural dos colaboradores demonstra que os produtos foram desenvolvidos com rigor técnico farmacêutico e da área de Libras, considerando as nuances da cultura surda”, destaca Palhano. Ao todo, o programa envolveu 89 colaboradores diretos – 11 deles surdos – e mais de 150 pessoas ao longo de sua construção.
A professora Deuzilane Nunes ressalta que o projeto contou com a colaboração de profissionais e estudantes de áreas diversas, como Farmácia, Enfermagem, Medicina, Linguística, Tradução, Interpretação, Engenharia da Computação e Libras, incluindo surdos e ouvintes de 20 estados e do Distrito Federal. “O desenvolvimento foi interprofissional e interseccional. O compromisso com a inclusão esteve presente em cada fase do processo”, reforça.
O papel do ICTQ no avanço da inclusão
O apoio da Faculdade ICTQ ao FarmaLibras reforça o compromisso da instituição com a inclusão social e o acesso equitativo à saúde. Para o diretor executivo do ICTQ, diretor da Faculdade ICTQ e conselheiro pelo CRF-GO, Eugenio Muniz, o projeto é mais que uma ferramenta técnica – é um símbolo de cidadania:
“O FarmaLibras é muito mais que um vocabulário bilíngue. Trata-se de um projeto que rompe barreiras de comunicação, promove o direito ao acesso linguístico e assegura à população surda o entendimento pleno de informações fundamentais sobre medicamentos e tratamentos”, afirma o diretor.
Segundo ele, apoiar iniciativas como essa é um reflexo dos valores cultivados pelo ICTQ: respeito à diversidade, promoção da equidade e responsabilidade social.
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“Reconhecemos que a comunicação efetiva é um direito básico e, no contexto da saúde, é uma questão de segurança, dignidade e cidadania. Ao apoiar o FarmaLibras, reafirmamos nosso compromisso com a formação de profissionais preparados para atuar de forma ética e inclusiva em todos os cenários de cuidado”.
O coordenador da graduação do ICTQ, Francys Resstel Del Hoiyo, também reforça o envolvimento institucional com ações inclusivas:
“Estamos por marcar uma live com os organizadores deste projeto; estamos trabalhando por esta agenda. Aqui na Faculdade temos trabalhado por inclusão social e por projetos nesta linha”.
Como o ICTQ pretende apoiar o FarmaLibras
O professor Tarcisio Palhano avalia que a parceria com o ICTQ pode ser decisiva para ampliar o alcance do Programa:
- Inserindo aulas sobre o FarmaLibras e seus recursos nos cursos oferecidos pela instituição, com foco na abordagem do cuidado em saúde à pessoa surda com acessibilidade em Libras;
- Promovendo a temática nos eventos realizados e apoiados pelo ICTQ, favorecendo o debate em larga escala e a qualificação de profissionais em todas as regiões do país.
“O curso do CFF é destinado apenas a farmacêuticos. É essencial que outras entidades se envolvam e multipliquem iniciativas como essa, estendendo o cuidado acessível a todos os profissionais da saúde”, sugere Palhano.
Ferramentas que transformam realidades
Os três produtos desenvolvidos pelo Programa FarmaLibras têm como propósito qualificar a comunicação entre farmacêuticos e pacientes surdos, respeitando as especificidades linguísticas e culturais dessa comunidade. Com isso, o projeto busca garantir o direito ao cuidado, promover o uso racional de medicamentos e melhorar a segurança no atendimento.
O Vocabulário Bilíngue, por exemplo, está disponível em três formatos: App Web, livro físico e e-book, e apresenta 103 termos com sinais em Libras, definições e exemplos práticos. Já o Aplicativo Web permite trocas diretas entre farmacêuticos e pacientes surdos, organizadas em seis categorias temáticas de atendimento.
“É esperado que essa estratégia digital facilite a integração entre ouvintes e surdos nos serviços de saúde, ajude a potencializar a promoção do uso racional de medicamentos e possibilite um melhor manejo clínico das pessoas surdas atendidas na atenção básica do SUS e em farmácias privadas”, explica Deuzilane.
Um caminho para todas as profissões
Palhano finaliza com um chamado:
“Com o FarmaLibras, o CFF desenvolve um trabalho pioneiro entre os 14 conselhos da área da saúde. É essencial que outras profissões sigam esse caminho. A inclusão com acessibilidade linguística precisa ser uma realidade em todo o cuidado em saúde”.
A parceria com o ICTQ é um passo decisivo nesse movimento. E, como reforça Eugenio Muniz, que esse projeto seja inspiração para muitas outras iniciativas em prol da justiça social, da empatia e da inclusão no Brasil.
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