As diferenças entre logística reversa pós-venda e pós-consumo

As diferenças entre logística reversa pós-venda e pós-consumo

Até pouco tempo atrás, a logística tinha a ver apenas com a entrega do produto ao cliente. Após essa atividade, os fabricantes não tinham responsabilidade nenhuma sobre os produtos comercializados. Assim, não havia nenhuma exigência de coleta por parte do fabricante em relação aos canais de distribuição reversos de pós-venda e pós-consumo. Isso começou a mudar a partir da abordagem do termo logística reversa.

Para entender melhor, basta imaginar um supermercado que não vendeu todos os pacotes de arroz e feijão até suas datas de vencimento. A logística reversa estaria no processo de retorno desses alimentos para as suas fábricas. Do mesmo modo que as indústrias de refrigerantes também deveriam se responsabilizar pelas garrafas plásticas e de latas, mesmo após o descarte.

Alguns estudiosos subdividem a logística reversa em duas grandes áreas de atuação, sendo diferenciadas pelo estágio em que o produto está ou pela fase do ciclo de vida útil do produto retornado. As áreas são denominadas logística reversa de pós-venda e logística reversa de pós-consumo.

A logística reversa de pós-venda é a área específica que se ocupa do equacionamento e da operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes aos bens de pós-venda, juntamente com os produtos com pouco uso ou os que não foram utilizados pelo consumidor, que, por diferentes motivos, retornam aos demais elos da cadeia de distribuição direta, sendo conduzidos por meio dos canais reversos.

Esse tipo pode ter um objetivo estratégico de agregar valor a um produto logístico que, por hora, foi devolvido por razões comerciais, técnicas ou logísticas. Uma logística reversa de pós-venda eficiente é um dos fatores fundamentais para a manutenção da boa imagem da empresa.

No caso de o consumidor desistir da compra ou no caso de o produto apresentar defeito que ocasione a sua troca, é necessário um bom canal reverso, operando com rapidez e eficiência no atendimento das necessidades do cliente, possibilitando, assim, com que a empresa agregue valor ao seu produto e garanta um diferencial competitivo, pois um cliente satisfeito, além de elogiar a empresa, acaba fidelizando-se à empresa ou à sua marca.

Já a logística reversa pós-consumo tem a função de operacionalizar o fluxo físico dos materiais, juntamente com as informações correspondentes aos bens de consumo que foram descartados pelo consumidor, sendo que esses bens podem ser selecionados da seguinte forma: bens no final de sua vida útil, bens usados com possibilidade de reutilização e os resíduos industriais.

O acelerado desenvolvimento tecnológico está trazendo uma obsolescência precoce dos bens de consumo, fazendo, assim, que o aumento dos produtos com o ciclo de vida útil menor gere um aumento nos resíduos sólidos. Com esse considerável aumento dos resíduos, os dispositivos para a coleta existente atualmente não conseguem efetuar o recolhimento adequado, enquanto que os produtos que estão sendo substituídos pelas novas tecnologias devem ser coletados e levados para centros especializados. Para dominar o tema, é fundamental a formação na área, principalmente por meio de uma graduação ou de uma especialização.

Benefícios da logística reversa

Segundo o analista de Supply Chain, Rodrigo Santos, a logística reversa está diretamente relacionada com a questão da sustentabilidade. A conscientização ambiental é primordial para que se possa diminuir os danos ao planeta e, consequentemente, às gerações futuras. A importância dos canais de logística reversos evitam grandes quantidades de lixo urbano, que fazem mal à sociedade.

“Um dos principais benefícios da logística reversa para as empresas é a redução de custos, além de tornar a empresa mais sustentável. A responsabilidade ambiental promove melhorias à imagem das empresas e as tornam referências e mais próximas das pessoas. Quando são implementadas boas práticas de logística reversa se está, fundamentalmente, contribuindo para a revisão e consolidação de valores sociais”, conta Santos.

Confirmando a fala do especialista, o portal do TruckPad elencou os proveitos da logística reversa:

  1. Sustentabilidade;
  2. Promove imagem positiva e reputação;
  3. Aprimoramento de processos;
  4. Redução de custos; e
  5. Encontrar um diferencial.

Sobre o último item, o público, cada vez mais, quer saber quem são as empresas que produzem suas mercadorias. Por outro lado, o mercado anda cada vez mais concorrido: com o mundo digital, o consumidor pode encontrar rapidamente o mesmo produto em outra loja, por exemplo. Sendo assim, cabe à empresa buscar alternativas para se destacar de maneira positiva aos olhos do consumidor e dos potenciais clientes.

“Quando a empresa possui uma política de logística reversa eficiente, estamos diante de um diferencial competitivo, o que deve fazer parte das ações de marketing e comunicação, para que isso seja comunicado para todos os públicos de maneira consciente e efetiva. Não podemos nos esquecer de que se trata de um termo técnico que nem todos sabem do real significado, mesmo que ele esteja diretamente relacionado ao bem-estar coletivo”, reitera Santos.

Logística reversa farmacêutica

A indústria farmacêutica se apoia em boas práticas de logística reversa a fim de ter mais flexibilidade para lidar com a questão da validade dos medicamentos. Muitos itens passam da validade e são descartados de maneira incorreta, quando poderiam ser reaproveitados nas etapas de fabricação.

Em ambiente hospitalar, a logística inclui toda a gestão da instituição, desde o planejamento e entrada até o descarte de algum material, tendo em vista a proteção e a segurança de todo o corpo de colaboradores, pacientes e do meio ambiente.

Nesse contexto, a logística reversa tem dois eixos fundamentais, o consumidor final - responsável pelo descarte de medicamentos vencidos em pontos de coleta autorizados; e os gestores hospitalares, que devem observar e aplicar recursos que permitam remanejar os medicamentos por unidades, controlar rigorosamente os prazos de validades, entre outros tantos benefícios que somam também em segurança e economia.

Mais setores para aplicação da logística reversa

Outro bom exemplo do potencial da logística reversa é a construção civil. Grande parte do material de descarte, como areia, madeira e pregos, pode ser reciclada e recolocada para uso no mercado.

A indústria de alimentos também se insere perfeitamente. Obviamente que não se pode reaproveitar produtos vencidos, mas dá para aplicar a logística reversa.

O engenheiro de alimentos, Rafael Barão, que já atuou com logística corporativa em uma multinacional do setor alimentício, conta que os produtos que vencem são destruídos.

Não é possível devolver para a fábrica. Porém, as embalagens nós conseguíamos reciclar. Venceu ou sobrou, os pacotes de salgadinhos eram todos abertos e descaracterizados, o conteúdo era incinerado, mas e a embalagem seguia para a fábrica do produtor para ser reciclada, não necessariamente para uma nova embalagem idêntica, mas transformada em um novo item”, ressalta Barão.

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